sábado, 20 de março de 2010

sem receita

uma coisa que sempre acontece com toda grávida ou mãe de primeira viagem, inevitavelmente, é o aconselhamento involuntário. ninguém espera que você pergunte a opinião, não perguntam se você está interessada em saber sobre determinado assunto ou se tem dúvidas quanto a algum ponto da criação ou educação do seu filho. simplesmente, qualquer pessoa que chegue perto de você, tenha ou não essa pessoa já tido/criado/educado seus próprios rebentos, PRECISA te dizer uma coisa importantíssima sobre os bebês.

é tanta receita que as pessoas passam, que você acaba ficando com algumas coisas na cabeça, não tem como evitar. eu, confesso, sou cabeça dura e tenho feito com o igor aquilo que acredito que é o certo e não o que ensinam os manuais que, hoje em dia, viraram as bíblias das mães. costumo não dar o menor crédito às informações que estão ali, inclusive e sobretudo porque me acho altamente bem educada (e modesta, como se pode ver, heheheeh) e minha mãe nunca se guiou por esses tais "nana nenê", "encantadora de bebês", etc, até porque não existiam na época dela.

hoje em dia, a palavra rotina é o pretinho básico da educação infantil. em toda roda de mãe que se preze, o assunto gira em torno da rotina de cada bebê, que as mães insistem em contar umas pras outras na maior empolgação. eu nunca procurei estabelecer e até hoje não sei exatamente qual é a rotina do igor, se é que ele tem. ele acorda sempre às 5h, 5h30, no máximo. ele come e toma banho de sol, depois um banho. daí pra frente, alimento de 3 em 3horas, mais ou menos e vou seguindo o ritmo dele. se está com sono, dorme. se está calor, dou banho de novo... e assim o dia passa. no final da tarde, sempre rola um passeio, seja na pracinha, seja na calçada. mas nunca cronometrei nada, nunca determinei quantos banhos ele toma por dia ou quantos cochilos ele tira. mesmo assim, igor meio que criou a rotina dele e costuma fazer mais ou menos as mesmas coisas todos os dias. também, se ele não faz, não me estresso.

o mesmo aconteceu em relação ao sono da noite. desde que ele nasceu, ele tem o hábito de adormecer perto de 17 ou 18h. até completar seis meses e começar a se alimentar de todas as outras coisas além do leite materno, ele sempre acordou pelo menos uma vez por noite, tendo havido noites em que ele acordou de 2 em 2horas. calmamente, eu ia lá, dava o peito e ele voltava a dormir. nessa coisa, eu desobedeci e desafiei, inclusive, a pediatra dele, que insistia em dizer que ele acordava pelo costume, não por fome e que eu estava criando um mau hábito que ia me dar muito trabalho pra eliminar no futuro. costume, né? aham... assim que o coitadinho começou a comer coisas de mais "sustança", como se diz, as noites aqui são de silêncio e calmaria. ele dorme às 19h, no máximo e só acorda às 5h do dia seguinte.

por fim, a mais básica das recomendações: acostume seu filho a ficar no berço, no carrinho, no cercado, porque, se você ficar com ele no colo muito tempo, ele vai ficar sempre querendo ficar em cima de você, vai chorar quando o deixar no berço por alguns instantes e você nunca mais vai ter paz na sua vida. uníssono. meu argumento era que, depois de aprender a engatinhar, ele não mais ia querer ficar no colo e eu ia sentir muitas saudades do tempo em que ele era um bebê e eu poderia ficar com ele bem juntinho a mim. e todas me diziam que eu ia me arrepender. e muito antes dos seis meses, ele adorava ficar no carrinho, no cercadinho, no chão e em cima da cama, brincando sozinho, apenas com a nossa companhia, mas sem colo...

é claro que ter desafiado esses mandamentos me deixou com um pouco de receio de, mais pra frente, me arrepender e não ter como voltar atrás. sei que, em alguns pontos, eu posso vir a perceber que deveria ter feito diferente, que o acostumei mal e tal, mas... até agora, o que tenho a dizer é que as receitas são inaplicáveis, os bebês são muito mais plásticos do que o que os livros ensinam e o que funciona num dia não funciona mais depois de uma semana ou um dia. então, estou achando ótimo levar isso sem receita, sem fórmula. com paciência, amor e dedicação, espero que ele se sinta livre pra ser do jeito que é.

quinta-feira, 18 de março de 2010

o desmame

bom, pra começar, vou falar de uma situação muito atual pra mim, que é o desmame.

nunca tinha me preocupado muito com isso, sempre acreditei que ia ser muito tranquilo e tal. sempre via, nas várias comunidades de mães que visito, muitos tópicos de mães desesperadas porque o bebê não queria largar o peito, chorava, se descabelava e ela não sabia como agir. também vi muitas falando sobre pediatra que recomendava desmame gradual, outros que diziam que tinha que ser radical, etc. por incrível que pareça, mesmo tendo um bebê de quase seis meses que mamava exclusivamente no peito, nunca abri um tópico desses, nunca li o que elas diziam, nunca procurei mais informações e nem com a pediatra dele eu discuti isso: sempre tive na minha cabeça que eu ia dar os seis meses de exclusividade para o leite materno e, no dia seguinte ao "aniversário" de seis meses do igor, ele ia acordar com a mamadeira na boca e pronto.

pra começar, quero dizer que, quanto ao bebê, realmente, não estou tendo qualquer tipo de problema. pra ele, parece que nada aconteceu e que ele sempre mamou na mamadeira, leite em pó e nunca na vida soube o que era um peito na boca. aliás, minto... ele só aceita bem se for mamadeira com big bico ortodôntico. se for bico universal ou mesmo o ortodôntico normal, ele não toma nada. tenho 100% de certeza de que isso se deve à semelhança entre o big bico e o seio, claro. ok, eu tinha comprado várias mamadeiras normais, que já estavam devidamente esterilizadas e fora de suas caixas e, portanto, não puderam ser trocadas. mas... não podia deixar a criança com fome, então... lá fui eu comprar a mesma quantidade de mamadeiras big. por isso, ficadica: compre uma de cada tipo e vá testando até descobrir a que o seu bebê mais gosta. então, você faz uma coleção (uma pra leite, uma pra suco, uma pra água e mais duas reservas, pro caso de não ter tido tempo de esterilizar entre uma mamada e outra - sim, isso acontece com frequência, mamadeiras não se lavam sozinhas, não sabem o caminho do fogo e não aparecem magicamente limpas e secas dentro do depósito).

voltando à vaca fria... o que ninguém me disse antes foi que, mesmo o bebê já estando ansioso pelo desmame (caso do igor, que não se saciava mais com o leite materno), seu peito simplesmente não seca de uma hora pra outra!! se, antes do dia que ele completou seis meses, os seios pareciam murchos e a produção de leite parecia estar a um passo de parar completamente, no exato dia em que ele não mamou mais, os seios enlouqueceram a produzir, incharam, ficaram duros e eu tive que colocar o menino no peito de 6 em 6horas pra não deixar empedrar, ter mastite e tal. aquilo foi uma loucura!! eu toda preparada pra dar as mil e uma frutinhas e sopinhas que a pediatra recomendou e o menino tendo que mamar pra aliviar a dor que eu estava sentindo nos seios enormes e cheios de leite.

o bom foi que, no começo, a criança tem dificuldade de comer frutas e sopas, não sabe engolir direito e acaba perdendo a paciência (ou tirando a nossa) antes de ficar saciada. então, eu dava o peito pra complementar a alimentação dele e me aliviava. por outro lado, ficava com medo de, continuando o estímulo através da sucção, o leite nunca secar. mas não aconteceu isso. hoje, estamos no décimo segundo dia e eu já consigo dar intervalos de 15, 16horas entre as mamadas sem ficar com dor nos seios. amanhã vou passar o dia fora e creio que ele só vai mamar depois de 24h decorridas de sua última mamada, hoje à tarde.

então, lembre: desmame = paciência. se seu filho for mais fã do peito, você vai ter que ter calma com a criança e as necessidades dela. se não, também não fique toda satisfeita achando que tirou a sorte grande, não, porque você vai precisar da mesma calma e força de vontade para lidar com seu corpo e o tempo que ele vai levar pra entender que não precisa mais fabricar leite, que seus tempos de vaquinha acabaram e que tudo o que você quer na vida é usar um sutiã bonito, rendado, colorido e que não lembre aqueles horrendos sutiãs de amamentação!

ói nós aqui traveiz!

Essa é a segunda vez que eu crio um blog na minha vida. A outra foi nos idos de 2003 ou 2004... Eu estava numa onda fossa, criei o tal blog pra desabafar, falar de mim, das minhas coisas, das minhas desilusões... E todo dia eu arrematava o post com a letra de uma música bem marcante e que ilustrasse a minha situação.

Passou... A minha vida mudou muito. Não sei mais o que é fossa, graças a Deus! O mundo mu8dou também. Hoje existe Orkut, Twitter, Facebook, Formspring... Naquele tempo, era só blog e nem todo mundo tinha!

O mais diferente de tudo é que hoje sou mãe de um lindo bebê de seis meses. Ele é tudo na minha vida, exatamente como sempre achei que fosse ser quando eu realizasse o sonho de ser mãe. Mas... o resto, vou te contar, não é como eu pensei, viu?

E é sobre isso que eu quero falar. Sobre as coisas que eu imaginava que seriam e não foram. Desde o começo dessa história, lá no dia em que eu resolvi tentar engravidar. Meu amigo, é muita coisa que ensinam pra gente e que não acontece. Só pra ilustrar: Quem não lembra da lição de biologia que ensinava que o ciclo menstrual dura 28dias, tendo a ovulação no 14º? Pois é... Quando engravidei, ovulei no DÉCIMO OITAVO dia!!

Outro exemplo, esse um tanto mais alentador, mas que ainda vai merecer um (ou muitos) post específico é o do parto normal (prefiro chamar de vaginal, pra não parecer que cesariana é anormal, certo?). Ah, como eu queria poder assinar um papel garantindo a todas as minhas amigas medrosas que a dor não é tão grande assim!! Gente... é uma dor grande, sim, mas não é nada de monstruoso e inesquecível. É uma dor tão feliz, que a gente parece que nem sente!!

E é isso. Se você é mãe/pai, está esperando pra ser ou tem muita vontade/curiosidade, pode se chegar, que eu vou contar aqui a minha experiência com o máximo de franqueza possível. Espero comentários dos companheiros de aventuras, pra enriquecer ainda mais esse debate, já que os bebês não são iguais e as experiências são todas únicas.

Por último, um pedido de desculpas: Não tenho a menor condição de organizar tudo cronologicamente. Então, vou falando do que for acontecendo ou sendo lembrado, ok?